SE EU FOSSE EU - Clarice Lispector
Blog da biblioteca da E.E. Antônio Carlos, tem o objetivo de postar sugestões de livros, videos e materiais que possam auxiliar nos estudos e na superação da fase do distanciamento social com a ajuda da literatura.
SE EU FOSSE EU - Clarice Lispector
Olá! Vamos aproveitar a quarentena para novos desafios.
Temos 5 desafios que vocês poderão acessar através do links abaixo.
Então vamos lá!!
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de 2015, pretos e pardos totalizam 54% da população brasileira. Em meio a esse cenário de diversidade, predomina, no senso comum, a muito difundida teoria da democracia racial, que enquadra o Brasil como um país dito não racista.
Entretanto, os números da Pnad Contínua de 2017 apontam outra realidade: enquanto a média salarial dos negros é de R$1570, a dos pardos é de R$1606 e a da população branca chega a R$2814. As disparidades não param por aí: no grupo do 1% mais rico da população brasileira, a porcentagem de negros e pardos era de apenas 17,8%.
Esse contexto evidencia um abismo social na sociedade brasileira. A abolição do trabalho escravo, há pouco mais de um século, não garantiu, como demonstram esses números, a inserção da população preta e parda como cidadã no território brasileiro, pelo menos não em paridade com a população branca.
Entre os diversos fatores que contribuem para essa desigualdade racial, embasada na lógica da colonização, que sequestrou milhões de africanos para condená-los à escravidão em terras brasileiras, a literatura aparece como grande veiculadora de preconceitos, seja naturalizando estereótipos negativos vinculados ao negro, seja pela ausência de personagens negros como um todo. É o caso, por exemplo, do projeto nacionalista do romantismo indianista, que entende a genealogia brasileira como fruto do encontro racial entre europeus e indígenas, subtraindo a presença negra da população nacional.
O cenário da literatura contemporânea não é diferente. De acordo com pesquisa do Grupo de Estudos de Literatura Contemporânea da Universidade de Brasília, 70% das obras publicadas por grandes editoras brasileiras entre os anos de 1965 e 2014 foram escritas por homens, dos quais 90% são brancos e pelo menos a metade deles é de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Os próprios personagens retratados aproximam-se da realidade desses autores: 60% das obras são protagonizadas por homens, sendo 80% deles brancos e 90% heterossexuais.
Ainda de acordo com a mesma pesquisa, entre 2004 e 2014, apenas 2,5% dos autores publicados não eram brancos, e apenas 6,9% dos personagens retratados eram negros. Em apenas 4,5% das histórias eles aparecem como protagonistas. Entre 1990 e 2014, as cinco principais ocupações dos personagens negros nas obras analisadas eram: bandido, empregado doméstico, escravo, profissional do sexo e dona de casa.
“Na Literatura Brasileira o personagem negro ocupa lugar menor, muitas vezes inexpressivo e quase sempre coadjuvante, ou vilão no caso masculino, mantendo nos personagens a inferioridade dada a eles como reflexo da era escravista.”|1|
O negro aparece na literatura brasileira muito mais como tema do que como voz autoral. Assim, a maioria das produções literárias brasileiras retrata personagens negras a partir de pontos de vista que evidenciam estereótipos da estética branca dominante, eurocêntrica. Trata-se de uma produção literária escrita majoritariamente por autores brancos, em que o negro é objeto de uma literatura reafirmadora de estigmas raciais.
A pesquisadora Mirian Mendes nos lembra que os estereótipos são “a base ideológica da dominação do negro pelo branco”. O professor e pesquisador Domício Proença Filho aponta como principais estereótipos:
Aqui o negro seria aquele que é fiel, submisso, que supera todas as humilhações e vence a crueldade dos senhores pelo branqueamento. É o caso da personagem protagonista de Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, publicado em 1872 e adaptado como novela de televisão pela Rede Globo em 1976 e pela Rede Record em 2004. Isaura é filha de mãe negra e pai português, e tem a pele clara. Veja um trecho do romance, em que Isaura conversa com sinhá Malvina:
“– Não gosto que a cantes, não, Isaura. Hão de pensar que és maltratada, que és uma escrava infeliz, vítima de senhores bárbaros e cruéis. Entretanto passas aqui uma vida, que faria inveja a muita gente livre. Gozas da estima de teus senhores. Deram-te uma educação, como não tiveram muitas ricas e ilustres damas, que eu conheço. És formosa e tens uma cor linda, que ninguém dirá que gira em tuas veias uma só gota de sangue africano.
[...]
– Mas senhora, apesar de tudo isso que sou eu mais do que uma simples escrava? Essa educação, que me deram, e essa beleza, que tanto me gabam, de que me servem?... São trastes de luxo colocados na senzala do africano. A senzala nem por isso deixa de ser o que é: uma senzala.
– Queixas-te de tua sorte, Isaura?
– Eu não, senhora: apesar de todos esses dotes e vantagens, que me atribuem, sei conhecer o meu lugar.”
O diálogo transparece e reafirma os paradigmas vigentes: a branquitude como sinônimo de beleza, a herança africana como maldita, a benevolência dos senhores para com a escrava, a perpetuação desse estado de coisas que se encerra com a fala de Isaura “sei conhecer o meu lugar”.
Criado para exaltar o projeto abolicionista, aqui o negro é retratado também com a submissão servil, vítima de um sistema desumano. É o caso de diversos poemas de Castro Alves, tais como “A cruz da estrada”, em que a morte aparece como a única chance de libertação do negro escravizado, ou mesmo o célebre “O navio negreiro”, em que o poeta relembra os perversos anos do tráfico negreiro e menciona grandes nomes europeus, como Colombo e Andrada, mas não há sequer uma menção à resistência negra, aos quilombos, a Zumbi ou Luiza Mahin.
“Caminheiro! do escravo desgraçado
O sono agora mesmo começou!
Não lhe toques no leito de noivado,
Há pouco a liberdade o desposou.”
(versos finais de “A cruz da estrada”, Castro Alves)
A esse estereótipo associa-se também o do escravo fiel e passivo, presente em diversas obras, como em Mãe Maria, conto infantil de Olavo Bilac, publicado no livro Contos Pátrios (1904):
“Comprar e vender escravos era, naquele tempo, uma coisa natural. Ninguém perguntava a um negro comprado o seu passado, como ninguém procurava saber de onde vinha a carne com que se alimentava ou a fazenda com que se vestia. De onde vinha a velha Maria, quando, logo depois de meu nascimento, meu pai a comprou? Sei apenas que era africana; e tinha talvez um passado terrível: porque, quando a interrogavam a esse respeito, um grande terror lhe dilatava os olhos, e as suas negras mãos reluzentes e calejadas eram sacudidas de um tremor convulsivo. Conosco, a sua vida foi quase feliz.”
(Olavo Bilac, Mãe Maria)
Vê-se a naturalização da escravidão e do apagamento completo do passado da personagem, em que “africana” oculta suas origens e todos os termos prestam-se a uma indefinição de Maria. A ausência da família contribui para enquadrá-la sob o paternalismo branco, “quase feliz”.
Leia também: Três grandes abolicionistas negros brasileiros
Caracterizado como subalterno e serviçal, é o estereótipo que o coloca como incapaz. Presente em obras como O demônio familiar (1857), de José de Alencar, e O cego (1849), de Joaquim Manuel de Macedo. Domício Proença Filho associa ainda esse estereótipo à animalização de Bertoleza, personagem de O Cortiço (1900), de Aluísio Azevedo:
“Bertoleza é que continuava na cepa torta, sempre a mesma crioula suja, sempre atrapalhada de serviço, sem domingo nem dia santo: essa, em nada, em nada absolutamente, participava das novas regalias do amigo: pelo contrário, à medida que ele galgava posição social, a desgraçada fazia-se mais e mais escrava e rasteira. João Romão subia e ela ficava cá embaixo, abandonada como uma cavalgadura de que já não precisamos para continuar a viagem.”
(O Cortiço, Aluísio Azevedo)
É o caso também de Tia Nastácia, personagem de Monteiro Lobato, confinada à cozinha onde trabalha a serviço de uma família branca, apresentada como “negra de estimação que carregou Lúcia em pequena” (Monteiro Lobato, Reinações de Narizinho), cujas histórias são frequentemente desqualificadas pelas outras personagens:
“– Pois cá comigo – disse Emília – só aturo estas histórias como estudos da ignorância e burrice do povo. Prazer não sinto nenhum. Não são engraçadas, não têm humorismo. Parecem-me muito grosseiras e até bárbaras - coisa mesmo de negra beiçuda, como Tia Nastácia. Não gosto, não gosto, e não gosto!
[...]
– Bem se vê que é preta e beiçuda! Não tem a menor filosofia, esta diaba. Sina é o seu nariz, sabe? Todos os viventes têm o mesmo direito à vida, e para mim matar um carneirinho é crime ainda maior do que matar um homem. Facínora!”
(Monteiro Lobato, Histórias de Tia Nastácia)
Além de tida como ignorante, as características de seu fenótipo negro, como a cor da pele e o tamanho da boca, são arranjadas para tornarem-se também ofensivos, sinônimos de feiura e inferioridade.
Leia também: Carolina Maria de Jesus, umas das primeiras escritoras negras brasileiras
Presente em O bom crioulo (1885), de Adolfo Caminha, é o personagem negro que encarna a homossexualidade, tida à época como perversão. É o caso também do romance A carne (1888), obra de Júlio Ribeiro, que associa as liberações dos instintos sexuais da protagonista (branca) Lenita a promiscuidades com os escravos. Aparece também na figura de Rita Baiana, de O Cortiço (1900), e em diversas obras de Bernardo Guimarães, como Rosaura: a enjeitada (1883):
“Adelaide era como o leitor já sabe, de uma beleza plástica e mais provocadora. O seio túrgido, sempre arfando em mórbida ondulação, parecia o ninho da ternura e dos prazeres; o olhar, a um tempo cheio de meiguice e de fogo, como que derramava fulgores divinos sobre toda a sua figura; as faces róseas os lábios purpurinos eram como esses pomos vedados, que no paraíso seduziram os progenitores da humanidade e ocasionaram sua primeira culpa; e o porte dotado de elegância natural, com suas voluptuosas ondulações e meneios graciosos pareciam estar cantando eternamente o hino de amor e de volúpia; as feições, não muito corretas, eram animadas por uma fisionomia de tão encantadora expressão, que impunha a adoração, sem dar tempo à observação.”
A erotização e objetificação da mulher negra é um dos estereótipos mais comuns não só da literatura brasileira, como da representação das mulheres pretas de forma geral – desde Gregório de Matos, poeta seiscentista, até a recém-extinta personagem da Globeleza, vinheta que ficou 26 anos no ar pela Rede Globo mostrando sempre uma mulher negra nua como ícone do Carnaval.
Comparemos, a seguir, dois trechos de poemas de Gregório de Matos: o primeiro, um dentre os muitos dedicados à D. Ângela de Sousa Paredes, donzela branca; o segundo, a Jelu, a “rainha das mulatas”:
“Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós se uniformara?
[...]
Se como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
[...]”
Comparada a um ser angelical, às flores, a um amuleto contra o mal, D. Ângela é o retrato da beleza e das virtudes. Com relação a Jelu, diz o mesmo poeta:
“Jelu, vós sois rainha das mulatas.
E, sobretudo, vós sois rainha das putas.
Tendes o mando sobre as dissolutas
Que moram nas quitandas dessas gatas.
[...]
Mas sendo vós Mulata tão airosa
Tão linda, tão galharda, e folgazona,
Tendes um mal, que sois mui cagarrosa.
Pois perante a mais ínclita persona
Desenrolando a tripa revoltosa,
O que branca ganhais, perdeis cagona.”
Longe da idealização espiritualizada do amor platônico inspirado pela branca D. Ângela, Jelu é facilmente transfigurada em “gata”, em figura animalesca, em mulher prostituída, ao contrário do retrato angelical da primeira. Além de erotizada, objetificada, tomada como impura, resta a Jelu ainda a comparação de sua beleza a um cenário sórdido, fétido.
São inúmeras as produções que perpetuam esse estereótipo erotizado da mulher negra. É o caso das mulatas de Jorge Amado, com especial destaque para Gabriela, protagonista de Gabriela, cravo e canela (1958), descrita com sensualidade e beleza que enlouquecem os homens e como uma mulher que se entrega à paixão, mas não à continuidade de um envolvimento afetivo ou amoroso:
“Atacou uma melodia do sertão, estava com um nó na garganta, aflito o coração. A moça começou a cantar em surdina. A noite ia alta, a fogueira morria em brasas, quando ela deitou-se junto dele como se nada fora. Noite tão escura, quase não se viam. Desde aquela noite milagrosa, Clemente vivia no terror de perdê-la. Pensara a princípio que, tendo acontecido, ela já não o largaria, iria correr sua sorte nas matas dessa terra do cacau. Mas logo se desiludiu. [...] Era de natural risonha e brincalhona, trocava graças até com o negro Fagundes, distribuía sorrisos e obtinha de todos o que quisesse. Mas quando a noite chegava, após ter cuidado do tio, vinha para o canto distante, onde ele ia meter-se, e deitava-se a seu lado, como se para outra coisa não houvesse vivido o dia inteiro. Se entregava toda, abandonada nas mãos dele, morrendo em suspiros, gemendo e rindo.”
Luís Fernando França, em sua dissertação de mestrado, elenca, a partir das análises de Roger Bastide, mais de vinte estereótipos associados aos negros na produção literária brasileira. Entre eles, destacam-se também os do malandro, do bêbado ou afeito aos vícios, do feiticeiro ou “macumbeiro”, do maldoso etc.
“Alguns exemplos: quem não se lembra dos versos de Manuel Bandeira, “Irene preta, Irene boa, Irene sempre de bom humor”? Ou da mulata assanhada, que nunca é mulher diurna, só noturna; nunca é espírito, só carne; nunca é família ou trabalho, só prazer? E bem conhecemos o complemento masculino dessa fantasia branca: o mulato malandro, chegado à festa e aos vícios muitos, fator de degeneração e de desequilíbrio social. Estes e tantos outros fantasmas emergem de nosso passado escravista para ainda hoje habitarem o imaginário social brasileiro, onde fazem companhia a figurações como a do “bom senhor” ou do “bom patrão”; do “escravo contente” ou do seu oposto, o marginal sanguinário e psicopata, naturalmente voltado para o crime. Estas e tantas outras deturpações da identidade afro-brasileira inscrevem-se em nossas letras, tanto quanto no filme, na TV ou nos programas popularescos que se espalham pelas ondas do rádio. São estereótipos sociais largamente difundidos e assumidos inclusive entre suas vítimas, estereótipos que funcionam como poderosos elementos de manutenção da desigualdade.”
(Eduardo de Assis Duarte, “Literatura afro-brasileira: um conceito em construção”)
Leia também: Conceição Evaristo: outro grande expoente da literatura negro-brasileira
Foi principalmente a partir da década de 1960, com o fortalecimento dos movimentos sociais organizados por negros e negras, que esse cenário começou a mudar. Em busca de romper com essa centenária coletânea de preconceitos e estereótipos veiculados pela literatura canônica brasileira, que frequentemente diminui ou apaga personagens negros, autores e autoras negros e negras passaram a publicar suas próprias obras como instrumento de subjetivação e determinação cultural.
Figuras como Luiz Gama, advogado e poeta romântico abolicionista do século XIX, ou Maria Firmina dos Reis, primeira autora mulher a escrever um romance abolicionista no Brasil, são frequentemente relegados ao esquecimento pelo cânone literário brasileiro, mas retomados como precursores do movimento pela literatura negra.
Conceição Evaristo, por exemplo, tem a maioria de suas obras protagonizadas por mulheres negras, e é a partir do substrato de suas vivências e de sua interioridade que se constroem os versos e tramas de sua obra. Solano Trindade reivindica a negritude e o fenótipo negro com orgulho e presença. Ana Maria Gonçalves retoma o tema da negra escravizada como sujeito consciente e revolucionário, relembrando levantes e resistências reais da história brasileira. Jarid Arraes, principalmente fazendo uso do cordel, também dá destaque às guerreiras quilombolas.
São inúmeros autores e autoras engajados em retomar o ponto de vista do negro, desconsiderado continuamente pela literatura brasileira. Isso envolve um resgate da ancestralidade e da identidade negras, bem como a denúncia das opressões:
Mahin Amanhã
Ouve-se nos cantos a conspiração
vozes baixas sussurram frases precisas
escorre nos becos a lâmina das adagas
Multidão tropeça nas pedras
Revolta
há revoada de pássaros
sussurro, sussurro:
“é amanhã, é amanhã.
Mahin falou, é amanhã”.
A cidade toda se prepara
Malês
bantus
geges
nagôs
vestes coloridas resguardam esperanças
aguardam a luta
Arma-se a grande derrubada branca
a luta é tramada na língua dos Orixás
“é aminhã, aminhã”
sussurram
Malês
bantus
geges
nagôs
“é aminhã, Luiza Mahin falo”
(Miriam Alves, em Cadernos Negros: melhores poemas)
Futuro
que áfrica
está estampada
nas pupilas
da vó negra
que dança
a congada?
quantos zumbis
vão surgir
na poesia
da periferia maltratada?
é nzinga
que dança
e ocupa o abraço
da menina de tranças?
que orixá
olha
por esse menino
que ama
jogar bola?
um sopro ancestral
de tambores e vozes
nos protege
do mal
o moderno, o novo
deságuam no rio
tradicional
não há povo
sem história
sem memória
coletiva
e é na pele
que essa memória
continua viva
(Marcio Barbosa, em Cadernos Negros, vol. 31)
Saiba mais: O conceito de literatura negra e mais exemplos de obras
Contudo, essa produção literária ainda encontra desafios em ser incorporada ao cânone e é continuamente relegada à marginalidade. Assim, há uma dificuldade cabal em desfazer esses estereótipos e em veicular uma literatura comprometida com a representação da população brasileira como um todo. A relação entre literatura e realidade é evidente quando pesquisas como as da UnB revelam que o perfil do escritor brasileiro permanece o mesmo desde 1965, mantendo o privilégio de publicações das grandes casas editoriais a homens brancos.
Notas
|1| Maria de Lourdes Lopedote, “A literatura e a imagem afro-brasileira”, 2014.
Crédito de imagem
Por Luiza Brandino
Professora de Literatura
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/a-representacao-negro-na-literatura-brasileira.htm
"As palavras podem nos parecer duras, suaves, feias, bonitas, tristes, alegres...
Expressam tanto verdades como mentiras, portanto devem ser bem dimensionadas antes de ser ditas.Nesse dia, grandes obras da literatura mundial são relembradas, discutidas e reverenciadas. É uma oportunidade para celebrar os títulos de autores consagrados, como: Safo, Miguel de Cervantes, Mary Shelley, Machado de Assis, Thomas Mann, James Joyce, Aldous Huxley, George Orwell, Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu.
O dia 23 de abril foi escolhido para ser o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor pela Unesco, em sua XXVIII Conferência Geral, ocorrida em 1995. Essa data homenageia os escritores Inca Garcilaso de la Vega, Miguel de Cervantes e William Shakespeare, que, coincidentemente, morreram em 23 de abril de 1616.
Na XXVIII Conferência Geral da Unesco, em 1995, a escolha de um dia para comemorar mundialmente o livro recebeu a seguinte justificativa:
“A Conferência Geral, por considerar que o livro vem sendo, historicamente, o elemento mais poderoso de difusão do conhecimento e o meio mais eficaz para sua conservação, [...] que toda iniciativa que promova sua divulgação redundará oportunamente não só no enriquecimento cultural de quantos tenham acesso a ele, mas no máximo desenvolvimento das sensibilidades coletivas em relação aos acervos culturais mundiais e à inspiração de comportamentos de entendimento, tolerância e diálogo.”|1|
Em sua mensagem de 2018, em comemoração ao Dia Mundial do Livro, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, comentou:
“Ao celebrarmos o livro, celebramos atividades — escrita, leitura, tradução, publicação — através das quais o ser humano se eleva e se realiza; e celebramos, fundamentalmente, as liberdades que as tornam possíveis. O livro é o ponto de encontro das mais essenciais liberdades humanas, nomeadamente a liberdade de expressão e de edição.”
Segundo ela:
“É nosso dever proteger estas liberdades no mundo inteiro, promovendo a leitura e a escrita para combater o analfabetismo e a pobreza, fortalecer os baluartes da paz bem como proteger e valorizar as profissões e os profissionais do livro.”
O 23 de Abril, portanto, homenageia leitores, tradutores, editores, enfim, todos aqueles envolvidos com o livro, seja na sua produção, seja na sua recepção (leitura). É também a oportunidade de celebrar o autor, não apenas como artista, mas como detentor de direitos legais sobre suas obras.
A discussão em relação ao direito de autor sobre obras literárias, científicas e artísticas foi marcada por dois eventos importantes: a Convenção Universal sobre o Direito de Autor, ocorrida em 1952, e a Convenção de Berna para Proteção das Obras Literárias e Artísticas, em 1986. Com a criação do Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, em 1995, surgiu a oportunidade de refletir sobre o assunto anualmente.
No Dia Mundial do Livro, portanto, todos os países são convidados a reverenciar a literatura mundial, refletir sobre a importância da leitura, pensar em mecanismos de estímulo e acesso a ela, discutir as obras dos grandes nomes da literatura, apresentar novos autores ao mundo, e conscientizar os leitores sobre os direitos de autor.
Por Warley Souza
Professor de Literatura
Fonte:https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-livro-valorizar-preciso.htm
O que Chanel tem a ver com Beethoven? All-Star com Shakespeare? E Beatles com Hitchcock? Todos eles tornaram-se o que chamamos de "clás...