As Paralimpíadas começaram na última terça-feira, 24 de agosto e vai até o dia 5 de setembro.
Vamos saber mais?
Paralimpíadas são o evento esportivo dedicado aos atletas com algum tipo de deficiência. São realizadas a cada quatro anos no país que sedia as Olimpíadas.
Atualmente, o programa esportivo das Paralimpíadas de Verão incluem os seguintes esportes:
Atletismo
Badminton
Basquetebol em cadeira de rodas
Bocha
Canoagem
Ciclismo
Esgrima em cadeira de rodas
Futebol de 5
Goalball
Hipismo
Judô
Levantamento de peso
Natação
Remo
Rugby em cadeiras de rodas
Taekwondo
Tênis de mesa
Tênis em cadeira de rodas
Tiro
Tiro com arco
Triatlo
Voleibol sentado
Como os atletas das Paralimpíadas são pessoas com deficiência, as modalidades têm um sistema de classificação funcional. O objetivo disso é classificar os atletas em diferentes graus de deficiência para tornar as disputas mais justas possível.
Essa classificação é determinada por três avaliações que investigam a deficiência e as limitações físicas dos atletas. Importante mencionar que, caso um atleta participe de mais de um esporte, ele passará por novas avaliações e pode receber uma classificação distinta.
História das Paralimpíadas
A prática de esportes por pessoas com deficiências é documentada desde o final do século XIX no continente europeu. Entretanto, foi somente depois da Segunda Guerra Mundial que se realizaram os primeiros esforços para profissionalizar e internacionalizar a prática esportiva entre deficientes. Segundo a pesquisadora Tatiane Hilgemberg, isso se deu também em um cenário no qual a medicina passou a buscar mecanismos para tratar e garantir qualidade de vida aos deficientes.|1|
Esses tratamentos tinham como objetivo garantir funcionalidade aos deficientes para permitir-se sua integração à sociedade. O primeiro passo para isso foi dado no Reino Unido, quando o governo britânico desenvolveu, em 1944, um programa para garantir reabilitação aos soldados que retornaram da guerra com lesões medulares.
O centro desenvolvido pelo governo britânico recebeu o nome de Centro de Lesionados Medulares (Spinal Injuries Centre) e foi dirigido por Ludwig Guttmann, médico alemão que fugiu da Alemanha para o Reino Unido durante o governo nazista. Foi ele o responsável por introduzir o esporte como forma de tratamento para reabilitar os pacientes.
O desenvolvimento do programa esportivo desenvolvido por Guttmann fez com que um evento fosse promovido para reunir os pacientes em uma competição em 1948. Esse evento ficou conhecido como Stoke Mandeville Games. Esse nome é uma referência ao local onde o centro de reabilitação ficava: a vila de Stoke Mandeville, na Inglaterra.
O evento passou a ser realizado anualmente e, em 1952, recebeu atletas estrangeiros pela primeira vez. Seu crescimento fez com que ele deixasse de ser exclusivamente para pacientes e se tornasse um evento que recebia pessoas com deficiência que se dedicavam ao esporte como prática de vida.
Em 1960 ficou definido que a edição dos Stoke Mandeville Games seria levada para a cidade que sediava os Jogos Olímpicos. Essa foi considerada a primeira edição dos Jogos Paralímpicos da história, realizada com a presença de 400 atletas de 23 países. Somente a partir de 1964, em Tóquio, que esse evento esportivo passou a ser conhecido como Jogos Paralímpicos.
Entre os anos de 1968 e 1984, as edições dos Jogos Paralímpicos foram realizadas em sedes diferentes das dos Jogos Olímpicos porque as sedes olímpicas não demonstraram interesse em adaptar sua estrutura para receber os atletas paralímpicos.
Somente a partir de 1988 que se oficializou que os Jogos Paralímpicos seriam realizados na mesma cidade-sede dos Jogos Olímpicos. O evento sediado em Seul até hoje é considerado um marco nos esportes paralímpicos, pois permitiu que os atletas paralímpicos utilizassem a mesma estrutura dos atletas olímpicos.
Isso garantiu mais atenção midiática aos esportes paralímpicos, melhores patrocínios e foi fundamental para maior profissionalização das modalidades. Um sinal claro disso foi a criação, em 1989, do Comitê Paralímpico Internacional, instituição que reuniu comitês paralímpicos de centenas de nações e passou a organizar os Jogos Paralímpicos.
Esse reconhecimento permitiu que os comitês olímpico e paralímpico se aproximassem e realizassem acordos que aumentaram a cooperação entre ambos. Um dos acordos, como citado, foi a definição de que a escolha da sede olímpica automaticamente definiria a sede paralímpica. Com isso, o comitê organizador local assumiria a responsabilidade de realizar os dois eventos.
Por fim, vale a menção de que a consolidação dos Jogos Paralímpicos de Verão contribuiu para o estabelecimento dos Jogos Paralímpicos de Inverno. Os jogos de inverno têm baixíssima popularidade no Brasil, por conta da falta de tradição de nosso país nas modalidades de inverno. A primeira edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno aconteceu em 1976, em Örnsköldsvik (Suécia), mas a primeira participação brasileira se deu somente na edição de 2014, em Sochi (Rússia).
Esporte paralímpico no Brasil
No Brasil, o esporte paralímpico se estabeleceu no final da década de 1950, mas a primeira participação do Brasil em Jogos Paralímpicos só aconteceu na edição de 1972. A primeira medalha do Brasil nas Paralimpíadas só foi obtida na edição de 1976. A partir da década de 1980, o Brasil começou a ter um desenvolvimento expressivo nos esportes paralímpicos, e, em 1995, surgiu o Comitê Paralímpico Brasileiro.
Atualmente, o Brasil é considerado uma das maiores potências dos esportes paralímpicos, obtendo resultados expressivos nas últimas edições dos jogos.
[1] A.RICARDO e Shutterstock
[2] AC Manley e Shutterstock
Por Daniel Neves Silva
Professor de História
SILVA, Daniel Neves. "Paralimpíadas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/educacao-fisica/jogos-paraolimpicos.htm. Acesso em 26 de agosto de 2021.
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